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LICENÇA SOCIAL

 

A licença social é a permissão dada pela sociedade civil, pelos seus stakeholders, às empresas para iniciar, produzir e ampliar seus  negócios, em determinada região e  contexto. 


A licença social é adquirida através do diálogo constante e do engajamento das partes interessadas, etapa fundamental de qualquer gestão empresarial.É uma das justificativas para a incorporação da sustentabilidade como ferramenta estratégica para a organização, já que, sem o comprometimento efetivo com as questões socioambientais, a licença social pode não ser obtida, dificultando ou até impedindo a viabilização do empreendimento.

ARCA AMASERRA

 

Abaixo uma entrevista com o criador do termo: "Licença Social".

Especialista em gestão do desenvolvimento socialmente sustentável, o canadense Ian Thomson é diretor e um dos fundadores da On Common Ground Consultants Inc – organização que atua com desenvolvimento sustentável, meio ambiente e direitos humanos. E tornou-se mundialmente conhecido como o criador do conceito da “licençasocial para operar”. Em entrevista exclusiva à Ideia Sustentável, a convite da Votorantim, Thomson esclarece esse conceito e explora os caminhos a serem percorridos pelas empresas que desejam alinhar os assuntos corporativos com a agenda social.

Ideia Sustentável: Qual a definição de “licença social para operar”? Como ela se diferencia da licençalegal?

Iam Thomson: A licença social para operar é uma espécie de aprovação da comunidade em relação às operações de uma determinada empresa. Apesar de ser chamada de licença, não é um documento escrito, mas sim uma espécie de pacto de legitimidade e credibilidade construído na relação da empresa com suas partes interessadas. Diferentemente da licença legal, a licença social para operar é o resultado do bom relacionamento da empresa com a comunidade local. Essa relação é intangível, informal, não permanente e dinâmica. Trata-se de uma ferramenta de gestão baseada no entendimento entre as partes interessadas que permite acompanhar o risco sociopolítico da empresa, bem como desenvolver melhores práticas.

IS: Quais são os objetivos concretos que motivam as empresas a optar pela ideia de licença social?

IT: A habilidade de mensurar os riscos sociopolíticos é extremamente importante para os empresários, investidores e clientes. Os gestores querem uma forma de diagnosticar os riscos para que possam gerenciá-los e reduzi-los. Os investidores e clientes buscam uma avaliação do risco global, para que consigam avaliar de forma precisa os projetos da empresa. Nesse contexto, vejo que a obtenção da licença social para operar é essencial para reduzir os riscos da corporação tornar-se objeto de crítica pública, de conflitos sociais e, em geral, de sofrer danos em sua reputação.

IS: Na sua experiência, como as empresas podem conquistar e manter o mais alto nível da licençasocial para operar?

IT: Não existe uma receita que possa ser generalizada para que as empresas conquistem um alto grau de engajamento e mantenham a licença social para operar. No entanto, de forma geral, são necessários alguns princípios como o estabelecimento de boas relações.  Na minha experiência, percebo que o bom relacionamento tem como base o respeito mútuo, a comunicação aberta, a inclusão de todos os envolvidos direta ou indiretamente nas operações da empresa, a honestidade, a divulgação total da informação e a transparência nos processos. É necessário também que as empresas estejam atentas às normas culturais do lugar onde estão instaladas, sejam consistentes em seu posicionamento e fixem expectativas realistas. Enfim, é um esforço contínuo, uma relação dinâmica e sujeita, inclusive, a vários momentos de retrocesso. Por isso, gosto de frisar que a licença social para operar nunca é totalmente conquistada, e, sim, uma construção permanente.

IS: Como o senhor enxerga o Brasil no contexto da cooperação e transparência entre a empresa e a sociedade?

IT: Ainda conheço pouco do Brasil para responder com consistência esta pergunta. Mas gostei do que presenciei no debate de lançamento da publicação Censo GIFE 2011/2012. Os dados mostram que ainda há um caminho longo a ser percorrido, mas me parece que as empresas brasileiras já possuem interessantes cases de engajamento em programas de desenvolvimento comunitário e investimento social. O desafio, agora, é conectar esse esforço ao core business das organizações.

definir qual o ponto forte e estratégico da atuação de uma determinada empresa.

Core business é um termo inglês que significa a parte central de um negócio ou de uma área de negócios, e que é geralmente definido em função da estratégia dessa empresa para o mercado. Este termo é utilizado habitualmente para definir qual o ponto forte e estratégico da atuação de uma determinada empresa.

Por exemplo: O 'Core Business' da Wikipédia é Informação, e não Suplementos Alimentares.

Utiliza-se também para definir a área de atuação onde não pode, ou não deve, existir 'Outsourcing', ou seja, não deve ser terceirizada, sendo inteiramente gerida pela própria empresa.

Segundo Chris Zook, é necessário primariamente analisar os dados objectivos da economia da empresa, ou seja, a comparação entre a rentablidade dos concorrentes e o grau de lealdade dos clientes.

A grande dificuldade prende-se em encontrar o equilíbrio entre a amplitude e o foco. São as oportunidades de crescimento que permitem às empresas aumentar as fronteiras do seu core business.

Algumas das melhores estratégias são as que se baseiam num forte core business que contêm uma componente de repetição, sendo que a empresa não deve transmitir constantemente novas formas de crescimento.

Fonte:

Pela política da boa vizinhança

Publicado em 31 de janeiro de 2014 por admin

Por Poliana Abreu

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